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sábado, 18 de outubro de 2008

Louro “loureiro-vulgare / loureiro dos poetas”



Planta aromática e condimentar. Árvore de folhas persistentes, atinge de 7 a 20 m de altura. Origem: Sul da Europa e Ásia Menor. O loureiro era a árvore consagrada de Apolo, deus grego da profecia, da poesia e da cura. O telhado do seu templo, em Delfos, era totalmente coberto de folhas de louro para proteger contra doenças, feitiçarias e relâmpagos. Antes de transmitir as profecias do oráculo, a sacerdotisa de Delfos, a meio dos rituais, mascava folhas de louro. Provavelmente, o seu estado de transe se devesse ao facto de que, em grandes quantidades , as folhas de louro são levemente narcóticas. O louro é o símbolo da poesia, das letras e do sucesso. A palavra “bacharelato” vem do latim baccalaurus, que significa “formando coberto de louros”. Nas antigas Grécia e Roma, era símbolo de sabedoria e de glória, e coroas de louro eram oferecidas aos vencedores de batalhas ou competições desportivas, assim como aos poetas.


Cultivo: Em solo rico e húmido e bem arejado, protegido do vento e com exposição ao sol. Pode ser cultivado em vaso.


Utilização: O louro é melhor seco do que fresco. Pode ser misturado com salsa e tomilho para fazer um raminho de cheiros. Como condimento, vai bem com qualquer tipo de prato salgado, e mais adequado em pratos que exigem cozimento de longa duração, pois o seu éleo essencial é libertado lentamente. A quantidade deve ser bem doseada, para não esconder o aroma e sabor de outros ingredientes. O louro é digestivo e estimula o apetite. Pendure um ramo de louro fresco para perfumar e refrescar o ar da cozinha.


Aromaterapia: O óleo essencial de louro pode ser usado em infusão, massagem e aromatização ambiental. Combina com óleos esseniais de pinho, aspic, benjoim, louro-das-antilhas, murta e zimbro.


“ A erva sagrada de Apolo, deus grego da cura, da profecia e da poesia. Os romanos o tinham como um símbolo da sabedoria e da glória. Coroas de louro distinguiam poetas e atletas nos grandes momentos.”

sábado, 11 de outubro de 2008

Manjericão “ Ocimum basilicum”



Planta suculenta anual com cerca de 50 cm de altura. Origem: Índia. Existem inúmeras variedades. O nome vem do grego basilikon, que significa “erva rainha”. Para os hindus, que deram início ao seu cultivo, o manjericão tinha uma essência divina e, por isso, nos tribunais, os juramentos eram feitos sobre a planta. Introduzida no Egipto há 4 mil anos, expandiu-se também para o Império Romano. Encontrado no túmulo de Cristo, depois da ressurreição, foi adoptado pelas igrejas ortodoxas, tanta para preparar a água benta, como em vasos deixados debaixo do altar. No Haiti é um símbolo de protecção que acompanha a deusa pagã do amor Erzulie.


Cultivo: Em solo bem arejado e húmido, protegido pelo vento. Sol quente, evitando o meio-dia. Pode ser cultivado em vaso. Deve ser regado no meio do dia e não ao entardecer. Se o tempo estiver muito quente, borrifar as folhas.


Utilização: De sabor e aroma muito agradáveis, quente e penetrante, complementa o do alho. É um dos ingredientes mais apreciados para temperar molhos, salpicar em saladas, especialmente a de tomate. É a base do molho pesto e combina bem com muitos pratos. Muito usado também para aromatizar o azeite e vinagre. As folhas são geralmente usadas inteiras; se for preciso, triturar ou picar com os dedos em vez de usar faca. Em pratos quentes, colocar o manjericão quando já estiver no fim do preparo, pois o sabor perde-se com o calor. O chá de manjericão é digestivo. E, mergulhando algumas folhas em vinho, durante algumas horas, obtém-se um bom tónico.


Aromaterapia: O óleo essencial de manjericão é tónico do sistema nervoso e sedativo. Pode ser usado como infusão, fricção, massagem, unguento e para repelir insectos. Combina com óleos essenciais de bergamota, gerânio, hissopo, alfazema, alecrim, cipreste, cedro, limão, sálvia-esclareia, tomilho, oregano, tea tree e zimbro.


“ Um delicioso componente da culinária no mundo inteiro. O seu aroma, textura e sabor dão prazer ao paladar (…) Reza a lenda que esta erva contém a essência divina. E é também uma poderosa erva do amor e da vaidade. As camponesas mexicanas carregam as suas folhas junto do corpo para atrair um pretendente.”

Sálvia “salvia officinalis”



Arbusto rústico, sempre verde, com altura média de 30 a 70 cm. Origem: Europa Mediterrânea. Da família das labiadas, apresenta uma grande variedade. Os gregos e os romanos acreditavam que a sálvia tinha o poder de curar todas as doenças e favorecer a longevidade. O nome deriva do latim salvare, que significa “salvar” , “estar de boa saúde”. Um antigo provérbio difundido na China, Pérsia e várias regiões da Europa dizia: “ Quem tem sálvia no jardim nunca envelhece”. Durante o séc XVII, era moeda de troca entre chineses e mercadores holandeses: 3 arcas de chá eram trocadas por uma única folha de sálvia.
Na antiga Roma, a sua colheita era cercada de cerimónias. Incompatível com os sais de ferro, desaconselhava-se a colheita com ferramenta feita com este metal.


Cultivo: Em solo leve, alcalino, seco e bem arejado, com exposição ao sol. A sálvia vulgar propaga-se por sementes, as demais verdades pegam por estaca. No plantio, manter intervalos de 40 a 60 cm. Podar frequentemente para manter os ramos.


Utilização: As folhas são usadas em temperos de carnes, aves, manteiga, queijos e vinagres. É um dos ingredientes da vinha-d’alho. Não deve ser misturada com outras ervas. Com as flores prepara-se um chá leve e balsâmico.


Aromaterapia: O óleo essencial de sálvia é estimulante, anti-depressivo e afrodisíaco. Pode ser usado em banhos, aromatização ambiental, escalda-pés, massagem facial, shampôo anti-caspa, e desodorizante. Combina com óleo essencial de cipreste, hortelã-pimenta, cravo, funcho, alfazema, alecrim, manjericão, petitigrain, limão, néroli e zimbro.



“ Diz a lenda que quem tem sálvia no jardim não envelhece. Para os antigos romanos a sálvia era uma erva sagrada e a sua colheita, uma verdadeira cerimónia (…) Outra lenda reza que se trata de uma erva caprichosa, e que, se misturada com qualquer erva de culinária, sente-se ofendida, pois gosta de ter toda atenção só para si.”

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Camomila “ chamaemelum nobile”



Planta vivaz e anual, alcança de 30 a 50 cm de altura. Origem: Europa. O aroma intenso da camomila despertou o interesse das antigos pesquisadores que acabaram por descobrir várias propriedades que a tornariam tão famosa. Os antigos egípcios tratavam uma doença semelhante à malária com o chá das suas flores. N a Espanha, um tipo de vinho aromatizado com flores de camomila é usado como digestivo. Dizem que a camomila dá muita sorte e ajuda a atrair dinheiro, por isso, em tempos remotos, os jogadores costumavam lavar as mãos com chá de camomila antes dos jogos importantes.


Cultivo: Em solo leve e bem arejado em regiões de clima moderado. Precisa de receber luz solar, pelos menos, 5 horas diárias. Semear entre os meses de Abril e Maio. As sementes não devem ser enterradas muito fundo, pois necessitam de luminosidade para brotar. Cultivada em pequenos grupos pelo jardim, favorece a saúde de outras plantas, podendo inclusive, curar plantas doentes.


Utilização: A camomila é um dos remédios mais populares, desde os nossos antepassados, pelas suas inúmeras propriedades terapêuticas: sedativa, anti-inflamatória, anti-alérgica, anti-séptica, digestiva, alivia cólicas menstruais e tensões da menopausa. Acalma as pessoas nervosas e bebés incomodados com gases no estômago e nos intestinos. O chá natural é usado para realçar o tom dourado dos cabelos louros. Em compressas, suaviza olheiras e olhos inchados. As flores secas de camomila em travesseiros deixam um aroma delicado que acalma e diminui a ansiedade. Um punhado de flores secas na água da banheira relaxa e favorece um sono tranquilo.


Aromaterapia: O óleo essencial de camomila-romana é sedativo e relaxante. Pode ser usado em inalação, infusão, massagens e máscara facial. Combina bem com óleos essenciais de alfazema, bergamota, rosa, néroli, petitigrain e patchuli.


“ Suavidade é a principal característica desta alegre plantinha. Tanto que tem sido usada, desde a Antiguidade, para acalmar os bebés. Muito eficiente também contra as insónias, crises de ansiedade e stress.”

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Milefólio “ achillea mil-folhas - mil-em-rama”



Planta herbácea, perene e rústica, da família das compostas. Atinge de 30 cm a 1 m de altura.


Origem: Europa, América do Norte, Norte de Ásia e Sul da Austrália.
O milefólio é citado na mitologia grega como uma planta usada numa infusão onde Aquiles, recém-nascido, foi mergulhado para que se tornasse invencível. Daí a originou o seu nome Achillea. Foi usada também ne guerra de Tróia para curar os ferimentos dos guerreiros. Já o nome millefólio ou mil-em-rama é devido à forma das suas folhas muito recortadas. Muito usada em amuletos de protecção contra diferentes males e para afastar os ladrões; colocada debaixo do travesseiro, faz sonhar com o príncipe; os druidas usavam caules de milefólio para adivinhar o tempo e na China era usado para ler o I-Ching (O livro das Mutações).


Cultivo: Em solo bem drenado, perméavel e ensolarado, moderadamente rico e húmido. Não é uma
planta de interior. Propaga-se por sementes ou divisão da raiz. Se as flores murchas forem cortadas, a planta floresce uma segunda vez. Esta planta fortalece e estimula todas as ervas vegetais plantados na sua proximidade.


Utilização: As flores secas são usadas como decoração. Na culinária, as folhas novas ligeiramente amargas e picantes podem ser adicionadas a saladas e molhos. Na cosmética, é usada em loção tónica para o rosto. Propriedades terapêuticas: cicatrizante de feridas de pele, ílceras internas, cólicas menstruais, hemorróidas, reumatismo e celulite.
Aromaterapia: O óleo essencial de milefólio pode ser usado em massagem, banho, shampôo, emplastro e compressa. Em blends, combina bem com óleos essenciais de angélica, camomila e melissa.


“ Uma plantinha de aparência singela e frágil, mas desde a Antiguidade tida como poderosa tanto na cura como na magia. O seu caule era usado na China para leitura do Oráculo I-Ching. Os druidas usavam-no para prever o tempo.”

domingo, 14 de setembro de 2008

Melissa “melissa officinalis”



Planta arbustiva, atinge de 20 a 80 cm de altura. Origem: Mediterrâneo. A melissa atrai as abelhas e o seu nome foi dado em homenagem a Melona, deusa grega protectora das abelhas. Os povos antigos colocavam as suas folhas frescas triturados em colmeias vazias para atrair os enxames que saíam em busca de novas colmeias.
O seu poder de rejuvenescimento é há muito tempo conhecido. A publicação London Dispensary recomendava, já em 1696, que o seu chá fosse tomado todas as manhãs para rejuvenescer e fortalecer o cérebro. A melissa sempre foi muito louvada nos escritos sobre ervas, pelos poderes de dissipar a melancolia, a apatia e combater a depressão.


Cultivo: A melissa cresce em solo húmido, com exposição ao sol e sombra ao meio-dia. Deve ser semeada na Primavera. Pode ser cultivada em vaso e dentro de casa,. As folhas devem ser colhidas com cuidado para não ferir a planta. Tem melhor aroma quando as flores começam a desabrochar.


Utilização: Com um suave perfume de limão, as suas folhas podem ser usadas em saladas, molhos e omoletas. Também dão um toque suave à salada de frutas, compotas, cremes de leite, ovos, sumo de frutas e vinho. Com inúmeras propriedades medicinais, é usada para diminuir gases e cólicas, estimula a transpiração, é calmante, sedativa, digestiva, age contra as insónias, enxaquecas, tensão nervosa, ansiedade e ajuda nos casos de traumatismo emocional.


Aromaterapia: O óleo essencial de melissa é anti-depressivo e sedativo. Pode ser usado em banho, fricção, massagem, cataplasma e infusão. Combina com óleos essenciais de limão, toranja, petitgrain, rosa, neroli, alecrim, gerânio, alfazema, ilangue-ilangue.


“ Uma plantinha delicada como o próprio nome. Na Antiguidade, creditavam a ela o poder do rejuvenescimento e de dissipar a melancolia.”

Tomilho “thymus vulgaris”



Sub-arbusto sempre verde. Atinge a altura de 8 a 40 cm. Existem inúmeras variedades, algumas rastejantes. Origem: Bacia Mediterrânea Ocidental. Thymus, do grego thymon, significa coragem. E os soldados romanos banhavam-se em água de tomilho para ter mais vigor. Já cavaleiros andantes, na Idade Média, levavam bordados com ramos de tomilho, oferecidos pelas suas damas para aumentar a coragem e a bravura. Também na Idade Média, era usado em formulas de “encantamento”. Inspiração dos poetas, desde os tempos de Virgílio, pelo aroma intenso e marcante. Símbolo de graça e elegância, a expressão “cheirar a tomilho” era usada na Grécia para expressar agrado.


Cultivo: Em solo leve, alcalino e bem arejado, com exposição ao sol. Semear na Primavera. Pode ser cultivado dentro de casa, desde que seja um local onde exista luz solar. Colher as folhas de Verão, de preferência quando estiver em flor.


Utilização: Na culinária, as folhas junto com louro e salsa formam ramos de cheiro. São também moderadamente usados em caldos, marinadas, recheios e sopas. O tomilho aromatiza conservas, tempera carnes e aves, principalmente quando cozinhadas em vinho. O cheiro é intenso e penetrante. As abelhas fazem um delicioso mel a partir do néctar das suas flores. É usado em infusão, como tónico digestivo, para aliviar a ressaca e, adoçado com mel, para tratar da tosse e garganta inflamada.


Aromaterapia: O óleo essencial de tomilho é anti-depressivo. Pode ser usado em banho aromático, escalda-pés, difusor, unguento, cataplasma e loção. Combina com óleo essencial de tea tree, alfazema, eucalipto-comum, limão, pinho, bergamota, melissa, toranja, palma-rosa, cipreste e alecrim.


“ A erva dos sonhos reveladores, da auto-estima, do amor e da fidelidade. (…) O seu aroma atrai as abelhas, que então produzem um mel muito saboroso.”

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Maravilhas “ calendula officinalis”



Planta anual e rústica com cerca de 35 cm de altura. Origem: Egipto. As alegres e vibrantes maravilhas são muito comuns nos jardins. Desde a Antiguidade tem sido muito cultivada e usada como decoração e em cosméticos egípcios e hindus. Persas e gregos aromatizavam e decoravam a comida com as suas pétalas douradas.


Cultivo: Planta muito resistente, tolera quase todo o tipo de solo, mas é preferível argila fina e muita exposição solar. Semear na Primavera, em jardim ou vaso. Para florescer continuamente é preciso que as flores murchas sejam cortadas. Colher as flores desabrocharem e as folhas ainda novas.


Utilização: As folhas novas podem ser salpicadas em saladas e guisados. As pétalas das flores, de gosto picante, dão cor e sabor aos alimentos como arroz, peixes, sopas, omoletas, iogurtes e muitos outros. As flores secas dão cor viva aos potpourris. As maravilhas são anti-sépticas e têm propriedades cicatrizantes.


“ Esta simples e adorável florzinha tem a cara da alegria. Enfeita muitos jardins e muitas mulheres, pois é usada como componente de produtos cosméticos (…) Na Antiguidade, os hindus decoravam com maravilhas os altares dos templos e os egípcios acreditavam no dom do rejuvenescimento.”

sábado, 23 de agosto de 2008

Miosótis “myosotis”



Planta herbácea perene, de ramagem rasteira, que atinge 25 cm de altura na fase de florescimento. Origem: Europa e Rússia. Nas tradições e lendas populares, é considerada o símbolo da fidelidade e do amor sincero e diz-se que as flores azuis são devidas às lágrimas derramadas pela Virgem Maria. Também conhecida pelo nome “não-me-esqueças”.


Cultivo: Em jardins e canteiros com boa permeabilidade e ricos em matéria orgânica.
Precisa de sol constante, mas não deve ficar exposta nas horas mais quentes do dia.
Misturar um pouco de areia à terra para aumentar a drenagem e evitar que a planta fique encharcada.
A propagação pode ser feita através de sementes ou por divisão da planta.


Utilização: O miosótis tem o poder de confortar o corpo e a alma e dar forças a quem perdeu um ente querido e até mesmo o gosto pela vida. È usada contra a bronquite crónica, tuberculose pulmonar, sangramento intestinal e suor nocturno.


“ Com a sua humildade e pequena flor azul, esta plantinha tem o dom de emocionar e curar diversos males do corpo e da alma.”

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Alteia “ althaea officinalis”



Planta herbácea, perene e rústica, chega a atingir, 2 m de altura. Origem: China. As folhas são grandes e aveludadas e as flores cor-de-rosa ou brancas desabrocham no fim do Verão e início do Outono.
Apreciada pelos egípcios e sírios, a erva foi citada por Pitágoras, Platão e Virgílio.
Os romanos usavam a alteia na sopa de cevada. Os herbanários antigos apreciavam as suas propriedades laxantes.


Cultivo: Em solo húmido e moderadamente fértil com exposição ao sol. Semear na Primavera. Apanhar as folhas sempre que necessário. As sementes devem ser colhidas depois da sua maturação estar completa. As raízes devem ser retiradas no Outono.


Utilização: As sementes frescas podem ser comidas sozinhas ou misturadas com nozes nas saladas. Flores e folhas novas também combinam com as saladas. As folhas fervidas podem ser usadas quentes ou frias para suavizar mãos secas e cabelos secos e, aliviar queimaduras solares. A raiz é utilizada no combate à tosse e às insónias.


“ Citada por Pitágoras e Platão, esta planta era usada de várias maneiras pelos antigos. Uma delas, formando, com outros componentes, um unguento que protegia a pele contra o fogo, tornando-a resistente a dores e a queimaduras.”

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Arruda “ruda graveolens”



Arbusto perene que atinge até 1 m de altura. Origem: Europa e Norte de África. Na antiguidade, era costume usar ramos de arruda para aspergir a água benta sobre as pessoas nas missas solenes. Era também muito usada para proteger contra as bruxarias, propiciar o dom da premonição e para prevenir de doenças contagiosas. A folha da arruda inspirou o desenho do naipe de paus nas cartas de baralho.


Cultivo: Em solo bem arejado e alcalino com exposição ao sol. Também suporta a sombra pouco densa. Planta de germinação lenta, reproduz-se a partir de sentes. Semear na Primavera. Pode ser cultivada dentro de casa, deixando o ambiente com um aroma delicioso, mas deve ser colocada em local exposto ao sol.


Utilização: As sementes são usadas em infusão com levístico e hortelã para marinar aves. As folhas são amargas, mas uma pequena poção dá um toque almiscarado aos pratos de ovos, de peixes e ao queijo amanteigado. Um delicioso molho para carnes pode ser feito misturando uma porção de folhas picadas, ameixas e vinho.
Tem propriedades terapêuticas para aliviar dores de cabeça, ciática, tosse, cólicas e gases. Usada no banho de animais domésticos, acaba com as pulgas. As folhas secas, que contêm um poderoso insecticida, pode ser esmagada e salpicada para repelir insectos.


“ Na Antiguidade, chamavam-na de erva da graça. Leonardo da Vinci, por exemplo, dizia que esta planta possuía poderes que ampliavam a sua criatividade. Na crença popular, colocar um galhinho de arruda atrás da orelha afasta a inveja e a maldade.”

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Angélica “angelica archangelica”



Arbusto aromático, atinge de 1 a 2 m de altura. Origem: Norte da Europa e Rússia. A angélica foi considerada pelos antigos como um presente do Arcanjo Miguel, o grande defensor da humanidade, para livrar os homens das infecções e protegê-los de todos os males.


Cultivo: Em solo profundo e húmido à sombra. Se estiver ao sol, o solo deve ser coberto com um composto vegetal. Semear no início do Outono. As mudas devem ser transplantadas na Primavera.


Utilização: As folhas podem ser cozidas junto com frutas para reduzir a quantidade de açúcar necessária. É usada também como ingrediente de licores.
As flores são usadas em arranjos florais e as folhas para aromatizar potpourris. Em cosmética é utilizada como aromatizante de perfumes e cremes dentais. Tem propriedades diuréticas e estimulante do aparelho digestivo. As folhas são usadas como tónico para as constipações e flatulência. As sementes são usadas contra a má digestão e a raiz contra a acidez estomacal.


Aromaterapia: O óleo essencial de angélica é estimulante, aumenta a confiança. Pode ser usado em compressas, aromatização ambiental, banhos, infusão, inalaçãoe massagem. Combina bem com óleos essenciais de bergamota, erva-cidreira, limão, junípero e sálvia.


“ Usada desde a Idade Média para tratamento de muitos males, protege e conforta o coração e o espírito. O nome da planta, deriva do facto de, no Norte da Europa, desabrochar na época das festividades de São Miguel Arcanjo.”

Rosa Silvestre “rosa canina”



Arbusto rústico de raiz fibrosa, atinge 1,20 m de altura. Origem: Pérsia e Hemisfério Norte. O género de rosas é muito amplo com milhares de variedades. Entre as rosas silvestres, a espécie mais popular é a rosa canina, nome científico que em grego, Kinorhodon, significa dente de cão. Rosa, rainha das flores. A flor do amor, da beleza, do perfume inigualável. Inspiração dos artistas, guerreiros e amantes de todos os tempos. Cleópatra seduziu Marco António mergulhada em pétalas de rosas. O conquistador Saladino, ao entrar em Jerusalém, fez com que a Mesquita de Omar fosse purificada com água de rosas. A rosa silvestre, de 5 pétalas, representa o fogo espiritual do sol no coração do homem. A relação entre Vénus e a rosa de 5 pétalas simboliza o nascimento virginal e a ressurreição. Cinco é o número do homem que, de braços e pernas abertos, forma o pentágono regular, e estrela de cinco pontas. Cinco é o numero da vontade humana. O número do artista que deixa a sua marca na matéria.


Cultivo: Em solo argiloso e bem arejado. Exposição plena ao sol e protegida contra o vento. Semear no Outono e podar levemente na Primavera.


Utilização: A rainha das flores é também a mais perfumada, rainha da decoração de ambientes. Na culinária, as suas pétalas perfumadas podem ser usadas em saladas, compotas, vinagres, sorvetes e doces. Na Pérsia antiga, era comum o vinho de rosas. Na cosmética e na medicina tem delicadas propriedades curativas, sendo usada como tónico, anti-séptico e adstringente. Os frutos, cuja forma lembra os dentes dos cães, são ricos em vitamina C.


Aromaterapia: A massagem de óleo essencial de rosas é tão reconfortante e inspiradora que não posso deixar de citar os extraídos das espécies de rosa-branca, rosa-vermelha e rosa de damasco. Afrodisíacos, restauram a confiança nos relacionamentos e despertam o amor. Podem ser usados em banho aromático, massagem, fricção, compressa, escalda-pés, infusão, perfume, loções e travesseiro aromático.


“ Cinco é o número de pétalas da rosa silvestre. Cinco representa a força de vontade humana. (…) A rosa representa o fogo espiritual do Sol no coração do homem. É o símbolo do amor.”

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Salsa “Petroselinum crispum”



Planta bienal e rústica, com cerca de 40 cm de altura. Origem: Europa e Ásia. Existem muitas variedades de salsa. A Petroselinum neapolitanum, mais conhecida como salsinha, junto com a cebolinha e azeite forma o tradicional tempero “molho verde”.
Conhecida desde tempos remotos, a salsa era estimada pelos gregos, que a plantavam à volta dos canteiros e usavam-na na medicina. Segundo Homero, os guerreiros alimentavam os cavalos com a planta. Mas a sua utilização na culinária foi iniciada e difundida pelos romanos que também a usavam em enfeites para os convidados com a finalidade de evitar a intoxicação e eliminar odores fortes durante os banquetes.


Cultivo: Em solo rico, húmido e em sulcos fundos. Sob o sol ou sombra pouco densa. Semear entre a Primavera e o fim do Verão. Para uma germinação mais rápida, deixar as sementes de molho em água quente durante a noite.


Utilização: É uma das ervas aromáticas mais utilizadas na gastronomia mundial, saladas, omoletas, sopas e inúmeros pratos. Com a cebola tempera-se a maionese e a grande maioria dos molhos clássicos. Em pratos quentes, deve ser adicionada ao final da confecção do prato. Mastigar as folhas cruas refresca o hálito e ajuda a manter a pele saudável. Em infusão, é usada para amaciar e tonificar os cabelos.


Aromaterapia: O óleo essencial de salsa pode ser usado em massagem, banho, fricção, escalda-pés e infusão. Combina com óleo essencial de benjoim e angélica.


“ Uma erva muito respeitada na Antiguidade, como portadora de sorte, saúde e fertilidade. (…) Os gregos coroavam com salsa os vencedores dos Jogos Ístmicos. Ainda hoje, em Atenas e outras cidades gregas, podemos ver a salsa crescer verde e cheirosa em jardins e vasos colocados nas janelas e portas das casas.”

Amor-perfeito “ viola tricolor”



Herbácea perene, híbrida da família das violáceas, atinge 25 cm de altura. Origem: Europa e Ásia Central.
As flores com cores vivas são particularmente atraentes. Apresentam sempre 3 cores em combinações variadas de branco, roxo, amarelo, róseo e castanho. Por isso é também conhecida como a flor da “ divina trindade”.


Cultivo: Em canteiros a meia sombra, protegida do sol forte, com terra fertilizada, rica em húmus, mantida permanentemente húmida. Floresce no Inverno e na Primavera. Aprecia regiões mais frias e multiplica-se por sementes. Planta anual, precisa de ser replantada anualmente.


Utilização: Tem propriedades diuréticas e as suas flores, comestíveis, podem ser usadas em saladas ou sobremesas.


“ É apaixonante ver um jardim repleto de amor-perfeito, com as suas cores vivas e cheias de vida. É realmente uma expressão perfeita da Natureza. Mas as lindas flores do amor-perfeito têm o seu tempo de exuberância e beleza. Depois, fenecem, permanecendo a essência.”

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Aloe Vera “ aloes/ erva babosa”



Planta perene, atinge de 30 a 90 cm de altura. Origem: Mediterrâneo, Ilha da Madeira e Canárias. Muito usada desde a Antiguidade, é chamada na América de “ planta da beleza”. As mulheres da Indonésia acreditam que a planta tem o poder de deixá-las mais bonitas, por isso, uma hora antes do banho cortam um pedaço da folha e esfregam-na no rosto. É também um dos remédios populares mais conhecidos contra a calvície.


Cultivo: Em solo arenoso e bem arejado, sob o sol pleno e directo, no mínimo 4 horas por dia. Também suporta a sombra pouco densa. Propagação por mudas laterais. Com folhagem atraente, carnuda e sempre verde, é uma excelente planta interior. As flores do Aloe Vera surgem em várias épocas do ano. Regar espaçadamente, pois precisa de pouca água.


Utilização: Hoje é um dos componentes mais explorados na indústria de cosméticos em cremes hidratantes, loções bronzeadoras, shampôos e condicionadores para o cabelo. Na indústria farmacêutica o Aloe Vera é usado também no fabrico de medicamentos para tratamento de queimaduras e outro problemas de pele, além de ser purgativo e tónico estomacal.


“ Diz a lenda que nas folhas verdes e carnudas desta planta escondia-se o segredo da beleza de Cleópatra (...) Adstringente e refrescante, o Aloe Vera é largamente empregado pelos laboratórios de cosmética para os cuidados da pele.”

Margarida “ chrysanthemum leucanthemum - leucanthemum vulgare”



Planta herbácea perene, pertence à família das compostas, a mesma do crisântemo, da dália e do girassol. Atinge altura média de 60 cm. Origem: Europa.


Cultivo: Em solo argilo-arenoso rico em matérias orgânicas, sob sol intenso. O cultivo é muito fácil. A propagação é feita por sementes ou pela divisão de touceiras. Pode ser cultivada em vaso.


Utilização: A versátil e alegre margarida é uma das opções mais populares do mundo, dando um toque singelo a diferentes arranjos para qualquer ambiente e ocasião, mesmo para uma festa requintada. Em vasos com água, duram bastante tempo. Pode-se cortar as flores bem rente e colocá-las a flutuar num recipiente de vidro com água. É simples, decorativo e deixa o ambiente de casa ou do trabalho mais alegre.


“ Alegre e extrovertida, a singela margarida é um exemplo de amor à vida.”

domingo, 17 de agosto de 2008

Verbena “verbena officinalis”



Planta herbácea, perene e rústica. Altura entre 30 cm a 1 m. Origem: América do Sul. Apesar de modesta, a verbena sempre teve um alto conceito e até mesmo um carácter sagrado para muitas culturas. No Egipto havia a crença de que a planta se tinha formado a partir das lágrimas de Ísis, a mãe Cósmica. Os sacerdotes gregos usavam-na sempre junto das suas vestes. Dedicada a Vénus, era usada no elixir do amor. Nos altares romanos era usada para a purificação espiritual. Já os druidas empregavam uma infusão floral com esta era para purificar a visão. E os anglo-saxões usavam-na em bálsamo sagrado como protecção contra os males.


Cultivo: Em solo argiloso, fértil e bem arejado, sob sol ou sombra pouco densa. Semear na Primavera. Pode ser cultivada dentro de casa.


Utilização: Na culinária, as folhas costumavam ser usadas em vários pratos e licores para despertar o amor. Compressas feitas com infusão das folhas aliviam olhos cansados e pálpebras inchadas. Na medicina, é usada como digestivo e sedativo.


“ Uma planta de muitos dons: atrai o amor, afasta o sofrimento, é afrodisíaca para os homens e as suas sementes trazem prosperidade por onde quer que floresçam.”

sábado, 16 de agosto de 2008

Lírio “lilium longiflorum”



Planta ornamental, chega a atingir 1,5 m de altura. Origem: China. Eterna inspiração de grandes pintores, o lírio foi usado na obra Anunciação para simbolizar a virgindade de Maria. Jesus, de acordo com o Evangelho segundo São Mateus, teria dito no Sermão da Montanha: “Vejam como crescem os lírios dos campos, eles não trabalham nem fiam, no entanto eu vos digo que mesmo Salomão, em toda a sua glória, nunca esteve vestido como um deles.”


Na antiga Judéia, as flores do lírio eram consideradas “dádivas da natureza” . Na mitologia grega, Minerva, ao ver o pequeno Hércules, filho de Júpiter e Alcmena, abandonado, pediu à deusa Juno que o amamentasse. Ao fazê-lo, Juno produziu tanto leite que, transbordando, o líquido regou o céu e a terra. No solo, o leite fez brotar lírios e, no céu, deu origem à Via Láctea. Na Grécia Antiga, as noivas usavam uma coroa de lírios, indicando pureza. Na tradição católica, a flor também está ligada ao Santo António e, portanto, ao casamento, à doçura, à inocência, à pureza da alma.


Cultivo: Em jardim, com solo bem adubado e permeável. Clima ameno e sol pleno com irrigação periódica. O cultivo é um tanto complicado e recomenda-se adubo orgânico.


Utilização: Em arranjos florais. O lírio floresce em Outubro e Novembro e é muito usado como flor de corte para o dia de finados. Um dos seu nomes populares, inclusive, é “lírio dos finados” . Egípcios e gregos usavam o lírio, principalmente para uso externo, em queimaduras, ferimentos e úlceras. Por suas propriedades terapêuticas, também era indicado para tratamentos de rugas e manchas de pele, dores de garganta, problemas renais e vesícula.



“Celestial e cósmico é o lírio. A flor presente na visita do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria simboliza a pureza do coração. É também um prenúncio de boas-novas.”

Coentro “Coriandrum sativum”



Planta anual e rústica com altura até 60 cm. Origem: Oriente.
O coentro é uma erva lendária usada tanto na culinária como na medicina há mais de 3000 anos. Foi citado em papiros, em textos sânscritos, em As Mil e uma Noites e também na Bíblia. Os chineses acreditavam que a planta conferia a imortalidade. Muito popular no Antigo Egipto, foi trazido para o Ocidente pelos romanos. Segundo Paracelso, famoso alquimista e médico suiço-alemão do séc XVI, seus frutos triturados e misturados com almíscar, açafrão e incenso produz um perfume muito poderoso nas práticas de magia sexual. O coentro tem um aroma forte, penetrante e estimulante do apetite. No final da maturação, o aroma das sementes, ligeiramente narcóticas, torna-se adocicado e picante. As folhas de corte irregular lembram a salsa. As flores são brancas ou rosadas.


Cultivo: Em solo rico e leve, com exposição ao sol. O plantio deve ser longe do funcho (erva-doce). Pode ser cultivado dentro de casa, mas é preciso gostar do aroma forte.


Utilização: Na culinária, as folhas dos coentros são um delicioso tempero para peixes, saladas, sopas e muitos outros pratos. As sementes são usadas em chutney de tomate, ratatouille, salsichas e picles. Também são usadas em potpourris de ervas para aromatizar o ambiente. A raiz fresca pode ser cozida como hortaliça. O coentro é digestivo, tónico, sedativo e purifica o sangue.


Aromaterapia: O óleo essencial de coentro é excitante e afrodisíaco. Pode ser usado em massagem, banho aromático, compressas e difusor aromático. Combina bem com óleos essenciais de anis, cardamomo, bergamota e sálvia.



“Uma era milenar que, na Bíblia, teve as suas sementes comparadas ao Maná. Para os antigos chineses, tinha o poder da imortalidade. Na Idade Média, era usado como afrodisíaco e no elixir do amor. Muitos pratos da culinária brasileira e de outros países sul-americanos têm um tom marcante do seu aroma e sabor. Esta é uma erva da qual ou se gosta muito ou tem-se aversão.”